A relação entre maternidade e mercado de trabalho é complexa, especialmente quando consideramos que mulheres são minoria em posições executivas e enfrentam o temor de perder o emprego durante uma das fases mais felizes da vida: o nascimento de um filho.
E não sou eu quem está dizendo isso, mas estudos que confirmam essa preocupação. Um levantamento realizado pelo portal empregos.com.br revela que 56% das mulheres com filhos foram demitidas ou conhecem alguém que foi dispensada após retornar da licença-maternidade.
Esse dado mostra a urgência de discutir esse tema, particularmente no setor imobiliário, uma área conhecida pela predominância de homens.
Do computador ao colo: uma conciliação desafiadora no setor imobiliário
Se fôssemos elencar um ranking dos desafios da maternidade, a conciliação com o trabalho estaria em primeiro lugar. Isso porque a carreira no setor imobiliário geralmente exige horários flexíveis devido ao atendimento aos clientes, feito muitas vezes nos horários convenientes aos interessados nos imóveis.
Além disso, apesar do aumento do interesse feminino pelo setor da construção civil, com o número de corretoras aumentando de 34% para 40% desde 2019, o preconceito e os estereótipos ainda são presentes. Em muitos casos, a ideia de que as mães têm menos disponibilidade e comprometimento devido aos cuidados com os filhos é um problema a ser enfrentado.
Ainda, a falta de políticas estruturadas de maternidade dentro das empresas surge como um obstáculo para quem sonha em ser mãe. A combinação desses problemas, somados às pressões já existentes no ambiente profissional, resulta muitas vezes na saída das mães do mercado de trabalho.
Na contramão dos desafios
Apesar dos desafios, a maternidade traz uma força transformadora. Ser mãe é uma experiência profundamente enriquecedora. Por isso, diante desse cenário que nos desafia, também gosto de olhar para as ações que nos ajudam a construir um mercado imobiliário que se preocupa e zela pela maternidade.
Construir uma rede de apoio — incluindo familiares, amigos, colegas de trabalho e outras mães — é fundamental.
É comum que, antes de sair de licença ou ao retornar ao mercado de trabalho, as mulheres desejem demonstrar ao máximo suas habilidades e seu valor para a empresa. Embora essa atitude seja excelente para o crescimento profissional, pode resultar na perda de momentos únicos proporcionados pela maternidade. Portanto, é fundamental definir limites claros entre trabalho e vida pessoal também é crucial para prevenir o esgotamento e promover um equilíbrio saudável.
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Mães felizes, empresas produtivas
Para as mães, nada é mais importante do que a felicidade e o bem-estar dos filhos. Pesquisas mostram que profissionais satisfeitos são mais produtivos e entregam mais resultado. Nessa lógica, apoiar a maternidade não é um custo, mas um investimento.
Um investimento naquilo que a empresa tem de mais valioso: as pessoas. Como diz o ditado, uma mãe que recebe apoio para conciliar trabalho e cuidados com os filhos não quer guerra com ninguém.
A maternidade é uma metamorfose completa na vida de uma mulher: a rotina, a visão de mundo, o trabalho — tudo se transforma. E essa transformação é para melhor. Portanto, é essencial que esse tema seja cada vez mais abordado dentro das empresas, especialmente no setor imobiliário.